Conhecidos por sua amizade dentro e fora das telas, Adam Sandler e Chris Rock não gostam de ficar parados. Com 7 filmes lançados e uma leva de participações especiais em programas e séries de TV, os comediantes parecem sempre prontos para arranjar um tempo na agenda e juntar aquela turma em uma nova produção para as telonas. E embora algumas pessoas pareçam carregar suas ressalvas quanto ao trabalho dos atores, ninguém discorda que a dupla tem uma sinergia difícil de ser superada.
Talvez por isso Sandler tenha em tão alta conta o comediante, chegando ao ponto de até mesmo dar um carro de luxo por seu trabalho em equipe. Ainda que, para o azar de Rock, os presentes extravagantes não tenham se tornado um hábito, o ator parece sempre pronto para retribuir o favor e embarcar em uma nova aventura com o comediante – mesmo quando o filme não é lá dos melhores. E olha que não faltariam oportunidades para isso.
Golpe Baixo (2005)
Marcando o início das colaborações entre a dupla, Golpe Baixo levaria os amigos para uma trama pra lá de absurda, com direito a prisões e uma disputada partida de futebol. Na história, Sandler faz as vezes do ex-jogador de futebol americano, Paul Crewe, que após problemas com álcool e volante acaba parando na prisão. Lá, o ex-astro dos gramados precisa montar um time de detentos, enquanto conta com a ajuda de um certo Muambeiro (Chris Rock) para essa missão.
Com uma trama ao estilo Sandler de ser, Golpe Baixo dificilmente vai agradar todo mundo, com sua história exagerada e humor pastelão garantindo a produção críticas pouco favoráveis ao longo dos anos – mas que também não ficaria muito abaixo de outros sucessos do ator. Além da dupla de comediantes, o longa conta ainda com Burt Reynolds, William Fichtner e o futuro pai de Chris Rock em Todo Mundo Odeia o Chris, Terry Crews.
Zohan: Um Agente Bom de Corte (2008)
Apesar de curta, Zohan: Um Agente Bom de Corte também contaria com uma pequena interação entre as estrelas. No filme, Sandler faz as vezes do militar israelense Zohan, que foge para Nova York após se sentir cansado de sua antiga profissão. Na cidade, e em meio às desventuras em um novo país, o ex-militar acaba se deparando com um curioso taxista local, interpretado por ninguém menos que Chris Rock. Apesar de curta, a colaboração seria a segunda entre as estrelas, e prepararia o terreno para os futuros trabalhos que viriam a seguir.
Apesar da boa bilheteria, Zohan acabaria sofrendo com críticas mistas por parte do público, que acusariam o ator de estereotipar o povo israelense e “copiar” o estilo característico de Rob Schneider. Além de colega e parceiro de Sandler, Schneider seria uma figura conhecida na produtora do ator, com longas como Animal (2001), Garota Veneno (2002) e Gigolô Por Acidente (1999), sendo apenas alguns dos títulos próximos aos exageros de Zohan. Se essa foi de fato uma inspiração do ator, ou uma tentativa de Sandler mudar um pouco a piada, é difícil dizer, embora as reclamações não pareçam ter aprovado a ideia.
Gente Grande (2010)
Não é segredo que Adam Sandler adora reunir os amigos, e Gente Grande é apenas mais uma prova disso. Além de Chris Rock, nomes como Kevin James, David Spade e Rob Schneider – responsáveis por uma dezena de outras produções com a estrela – também marcariam presença, e fariam do longa um dos trabalhos preferidos de Sandler. Não à toa, esse seria o primeiro filme a garantir uma continuação com o ator, que juntaria os amigos para sua primeira produção numerada.
Apesar das críticas mistas envolvendo o projeto, Gente Grande se tornou um dos maiores sucessos comerciais do ator, que levaria pra casa mais de U$ 270 milhões com uma única produção. Em agradecimento, o ator acabaria dividindo parte dos lucros com seus colegas comediantes, que receberiam carros de luxo por sua participação no longa.
Gente Grande 2 (2013)
Aproveitando a onda do primeiro filme, Gente Grande 2 voltou sem grandes mudanças no elenco, o que incluiria a parceria de Adam Sandler e Chris Rock. Curiosamente, Rob Schneider acabaria sendo um dos poucos atores a não retornar para a continuação, com problemas pessoais envolvendo sua agenda lotada sendo tida como a principal razão para esse sumiço repentino. Em seu lugar, Nick Swardson assumiria o papel de Nick Hillard, o irmão caçula de Rob.
Assim como no longa anterior, Gente Grande 2 levou os amigos a uma nova desventura adulta, mas agora em sua antiga cidade natal. Embora sem um dos colegas e com uma trama menos inventiva em relação ao primeiro projeto, o filme ainda garantiria sua parcela de lucros para a estrela, que arrecadaria cerca de U$ 250 milhões pelo trabalho em conjunto. Para o azar dos comediantes, no entanto, Sandler parece não ter se impressionado com isso, já que nenhuma frota de carros saiu de sua garagem desta vez.
No Auge da Fama (2014)
Outro filme que contou com a colaboração dos atores foi No Auge da Fama, com Sandler atuando como ele mesmo em uma curiosa participação especial. Diferentemente de outras produções da dupla, Sandler ocupou um espaço modesto na produção do amigo, que além de protagonizar e dirigir o filme, ainda arranjaria tempo para criar um provocativo papel para o colega.
Na cena, Adam Sandler faz uma versão exagerada de si, contando vantagem quanto ao fato de “fazer filmes fáceis” apenas para ganhar dinheiro. Além dele, nomes como Jerry Seinfeld e Whoopi Goldberg, conhecidos por seus trabalhos na comédia, também fariam versões menos moderadas de si. Chris Rock, por sua vez, escaparia das imitações controversas, e daria vida ao personagem e comediante Andre Allen.
Sandy Wexler (2017)
Esquecido por uns, odiado por outros, Sandy Wexler entra na lista dos filmes mais controversos do ator – e que contaria com uma pequena colaboração de Chris Rock para isso. No longa, acompanhamos as desventuras do empresário diligente Sandy Wexler (Adam Sandler) e sua problemática carreira como gerente de talentos, enquanto tenta lidar com uma paixão inesperada por uma de suas clientes.
Semelhante a No Auge da Fama, Chris Rock atuaria como ele mesmo em uma pequena participação especial, que contaria ainda com Kevin James, David Spade e Rob Schneider no projeto. Visto como uma pequena melhora em relação aos trabalhos recentes do ator, o filme ainda teria seus problemas e acabaria não se destacando, recebendo críticas negativas do público e especialistas (uma combinação pouco invejável).
Lá Vêm os Pais (2018)
Último trabalho da dupla até então, Lá Vêm os Pais pode não ser o trabalho mais conceituado dos artistas, mas ainda consegue trazer algumas boas novidades a essa parceria. Na trama, acompanhamos a jornada antagônica de Sandler e Chris Rock, e os preparativos para o matrimônio dos filhos que irão se casar. No estilo Adam Sandler de ser, o personagem decide cuidar ele próprio dos preparativos dessa união, e entra em uma verdadeira espiral de problemas por sua decisão.
Apesar disso, Chris Rock entra como uma contra parte menos engraçada do que de costume, em meio a uma história pouco inspirada e um personagem sem grandes interesses. A sinergia, é claro, ainda se faz presente, mas perde força numa trama que não consegue se destacar em sua própria proposta. A dupla, no entanto, faz o que pode para mitigar essa perda, e encontra seu espaço vez ou outra para uma piada acertada.