Com direito a estrela da música Billie Eilish, Swarm (ou Enxame, aqui no Brasil) ganhou destaque por suas críticas ácidas a obsessão dos fãs aos artistas na era das redes sociais, com sua história absurda e personagens questionáveis levantando algumas dúvidas a respeito da veracidade dessa trama – principalmente no que diz respeito a sua personagem principal, Andrea Greene.
A protagonista, apresentada aqui apenas como Dre, leva a ideia do fanatismo artístico a níveis catastróficos, com sua obsessão pela cantora pop fictícia Ni’Jah (Nirine Brown) sendo o estopim de uma série de crimes e assassinatos por todo os Estados Unidos. Mas essa história macabra poderia realmente ter acontecido?
Andrea Greene não é real (ao menos, não completamente)
Felizmente, Andrea Greene não é uma pessoa real. Apesar de algumas semelhanças com crimes que aconteceram na vida real, a trama de assassinatos da problemática protagonista foi uma escolha criativa dos produtores de Swarm, que usariam de casos reais apenas para compor parte da personalidade e história de sua personagem.
Apesar disso, isso não significa que a história de Andrea não seja verdadeira. Embora não fosse baseada em um único indivíduo da vida real, os atos que vemos ao longo de todos os episódios não foram completamente inventados, sendo utilizados casos reais para a inspiração de cenas próprias para o seriado. Nesse sentido, Andrea parece ser uma espécie de símbolo desse problema, que embora não conte com um equivalente único na vida real, encontra na protagonista um cenário propício para trabalhar cada uma dessas questões.
Sexto episódio faria Andrea Greene parecer real
A confusão aumentaria com o desenrolar do suposto documentário de Dre, ainda no sexto episódio da série, quando o passado da protagonista e seus atos controversos viriam à tona. Foi nele que descobriríamos que Andrea já era uma criança problemática desde a sua infância, tendo até mesmo esfaqueado outra pessoa na época.
O problema é que a escolha também levantaria dúvidas a respeito da veracidade de tudo isso, com a estrutura mais séria do documentário levando alguns fãs a se perguntar até que ponto essa infância conturbada poderia ser real. Felizmente, a verdade é que a cena não passa de um pseudodocumentário (ou mockumentary, em inglês), uma estrutura utilizada para dar mais seriedade ao assunto. A escolha, é claro, causaria confusão, mas atenderia aos propósitos dos produtores de dar veracidade a sua história.
História ganharia inspiração com fã de Beyoncé
Já no episódio final, teríamos a chance de reconhecer um paralelo curioso envolvendo Swarm e a cantora pop Beyoncé, a qual a série foi inspirada. Em 2018, um fã subiria no palco onde a cantora estaria presente, e só seria parado quando os seguranças alcançariam o suspeito. O momento seria relembrado pelos roteiristas da série, que ainda fariam questão de enfatizar o mistério envolvendo o personagem: “sequer sabemos onde essa pessoa está hoje”.
A cena, é claro, seria reimaginada em Swarm, com Dre subindo ao palco e correndo até sua desejada cantora. Embora o que veríamos depois seriam alucinações da própria protagonista, o momento deixa claro suas inspirações com a vida real, e assim como a onda de assassinatos envolvendo sua heroína, parece brincar com a realidade de todos esses casos. Uma escolha curiosa e que vem gerando bons resultados.