Sucesso em 1981, Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida tornou-se um marco na história do cinema. Idealizado por George Lucas, o filme que conta a história de Indiana Jones e suas perigosas aventuras quase não foi dirigido por Steven Spielberg.

Os motivos que poderiam deixá-lo de fora são, no mínimo, curiosos, e a forma como ele conseguiu dar volta por cima dão o toque especial a essa história.

A Tumultuada Jornada de Steven Spielberg Até Finalmente Dirigir Indiana Jones

Quando Spielberg ficou sabendo do projeto de George Lucas e seu arqueólogo aventureiro, ficou completamente apaixonado. Viciado na infância em produções do gênero, era sua chance de criar algo daquilo que tanto gostava. O que ele não contava era que Lucas já havia conversado com o diretor Phil Kaufman, que o ajudou inicialmente com alguns detalhes da história e provavelmente dirigiria o filme. O banho de água fria parecia pôr fim aos desejos de Spielberg, que via a oportunidade perfeita fugir por entre os dedos.

Qual não foi surpresa quando, meses depois, George Lucas ligou para ele pedindo se ainda estava interessado em dirigir o filme? Aparentemente, Phil não poderia seguir com o projeto, o que deixou o caminho livre para Steven Spielberg dar vida ao arqueólogo.

Bem… não tão livre assim. Um segundo obstáculo do tamanho de uma montanha cresceu sobre ele: a Paramount simplesmente não queria Spielberg no filme.

Pode parecer loucura agora, mas Spielberg não era lá o diretor mais disputado pelos estúdios na época, que viam nele uma máquina de moer dinheiro. Spielberg até esse ponto havia estourado o orçamento de todos os seus trabalhos, e quando “1941” foi um fracasso de bilheteria, o estúdio não quis arriscar.

Felizmente George Lucas conseguiu evitar a mudança, exigindo que só faria o filme com a presença do amigo. Não preciso dizer que o pedido de Lucas foi atendido, e Spielberg estava outra vez no comando. Ufa!

Steven Spielberg Virou Muquirana?

Muquirana talvez seja um exagero, mas Spielberg sabia de sua fama e estava decidido a não extrapolar o orçamento de modestos US$ 20 milhões. Embora pareça muito, esse foi o menor orçamento da série, com o filme que concluiria a trilogia custando mais de US$ 48 milhões para ser feito, e seu sucessor, de 2008, surpreendentes US$ 185 milhões.

Ainda assim, não é de se reclamar, e Spielberg soube economizar cada centavo. Entre as formas que encontrou para diminuir os gastos estão os cortes de tomadas por cena, uso de storyboard e escolhas por equipamentos mais em conta. Além disso, Spielberg conseguiu diminuir o tempo de produção do filme para apenas 73 dias, o que o deixou verdadeiramente orgulhoso.

Vale ressaltar que foram gastos mais de US$ 4 milhões só nos sets, e cerca de US$ 100,000 por dia de filmagem nas locações estrangeiras, sem contar os salários dos atores e da equipe. Não fica difícil imaginar como todo esse dinheiro foi torrado.

Falando em torrar. Um acontecimento curioso e que também ajudou Steven Spielberg a economizar alguns trocados envolve Harrison Ford e o calor sufocante do Saara.

A elevada temperatura fez muito mal ao ator, que precisaria passar ainda por uma sequência longa de um dia e meio de gravações. No roteiro original, Indiana lutaria contra um espadachim árabe, havendo quase duas páginas de conversa entre eles. A solução que Spielberg encontrou foi fazer Ford sacar seu revólver e adiantar os serviços em dois dias. A Paramount agradece.

Quando lançado, Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida foi um sucesso de bilheteria, arrecadando pouco mais de US$ 389 milhões e acabando de uma vez por todas com a fama de gastão de Spielberg.