Em um mundo repleto de criaturas mágicas poderosas e seres assustadores, um Hobbit definitivamente não parece a melhor escolha para enfrentar um dragão. Com sua estatura modesta e desinteresse completo por uma boa aventura, não é de se estranhar que muitas pessoas acabem desconfiadas quanto ao desfecho dessa decisão, mas elas não poderiam estar mais erradas. Como Gandalf provaria mais de uma vez, um Hobbit não deve ser subestimado, com o devido empurrãozinho e os incentivos certos sendo mais que o suficiente para torná-los verdadeiros heróis medievais – às vezes até mesmo sem levantar uma espada para isso.

No entanto, ainda que a decisão do nosso famoso mago tenha se mostrado acertada no fim, isso ainda não explica o porquê de Gandalf ter tanta certeza que seu pequeno ladino peludo teria êxito em sua jornada – principalmente quando levamos em consideração a vida pacata de Bilbo antes dessa aventura (e o fato dele sequer ser um ladrão, afinal). Mas então como ele chegou a essa decisão?

O motivo que levou Gandalf a escolher um Hobbit em sua missão

O Hobbit
Martin Freeman em “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” (2012) – Warner Bros./Reprodução

Quando optou por um Hobbit em sua jornada, Gandalf tinha boas razões para isso. Embora possa parecer estranho, nosso mago da Terra Média nunca planejou uma batalha frontal contra Smaug, o que poderia ser uma tarefa complicada até mesmo para um grande exército. Ao invés disso, Gandalf preparou um plano mais elaborado contra o dragão, e decidiu que a melhor decisão residia em ter alguém pequeno o bastante para passar despercebido contra a fera.

Um anão, é claro, seria a escolha óbvia para essa aventura, principalmente quando levamos em consideração o passado do dragão e os nossos brigões. No entanto, graças à conquista de Smaug ao Reino dos Anões, o cheiro dos nossos pequenos heróis seria facilmente reconhecido pelo monstro, o que não aconteceria com um Hobbit que ele ainda não conhecia. Além disso, nossos esquentadinhos não são lembrados como os seres mais silenciosos da Terra, como deixariam bem claro em seu jantar na casa de Bilbo. Enviar os atrapalhados guerreiros para se esgueirar contra Smaug poderia se tornar um problema e tanto caso alguém tropeçasse, com a aventura podendo terminar de forma desastrosa para nossos baixinhos.

Diante de tudo isso, a ideia de escalar um Hobbit um pouco mais cuidadoso para essa perigosa missão não parece tão absurda, principalmente quando levamos em consideração que uma batalha contra Smaug nunca foi planejada. Bilbo é claro, contaria ainda com a ajuda do famoso Anel nessa história, mas isso não parece tirar os méritos do nosso pequeno herói em sua aventura.

O porquê de Bilbo ser escolhido para enfrentar Smaug

O Hobbit
Martin Freeman como Bilbo em “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” (2012) – Warner Bros./Reprodução

Ainda que um herói improvável, Bilbo sempre foi a melhor escolha para essa jornada – mesmo que nem ele acreditasse nisso. Afinal, Bilbo era um Took de nascença, o tipo mais aventureiro e destemido que um Hobbit poderia ser. E embora nosso Bolseiro ainda não tivesse demonstrado esses dotes familiares, o sangue Took corria em suas veias, com seus lapsos de coragem durante toda a aventura provando mais de uma vez que isso era verdade.

Além disso, uma vez que um Hobbit fosse necessário para a missão, o Condado não tinha muitas opções para essa tarefa. Sendo pacatos por natureza, Gandalf certamente enfrentaria dificuldades em encontrar outro Hobbit para sua jornada, com Bilbo sendo um dos poucos que ainda parecia demonstrar interesse para esse tipo de aventura – mesmo que ele tentasse esconder isso.

Outros nomes não eram uma opção

O Senhor dos Anéis
Viggo Mortensen como Aragorn em "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres" (2002) - Warner Bros./Reprodução

Embora um plano furtivo tenha se mostrado a melhor decisão, Gandalf ainda poderia ter enviado um pequeno exército para enfrentar o dragão – não fosse um pequeno problema envolvendo essa ideia. Considerando que a ameaça de Smaug era um perigo para qualquer vilarejo da Terra Média, não parece absurdo imaginar que nosso mago conseguiria convencer alguns humanos para essa batalha. A razão para isso não ter acontecido, no entanto, foi explicada pelo próprio feiticeiro, ao relatar que todos os grandes guerreiros estavam “ocupados lutando entre si”.

Infelizmente, para Gandalf, pedir ajuda para os Elfos também estava fora de cogitação, principalmente quando levamos em consideração o relacionamento nada amigável entre os Anões e seus colegas de orelha pontuda. E mesmo que aceitassem, um cenário onde nossos pequenos esquentadinhos precisassem da ajuda de um Elfo para solucionar seus problemas, não parece ser o tipo de missão que daria muito certo, afinal. Bilbo, então, segue sendo a escolha óbvia para essa tarefa – principalmente quando levamos em conta que não haviam muitas opções para substituí-lo.