Foi com Os Caçadores da Arca Perdida, em 1981, que o mundo passou a conhecer o icônico herói Indiana Jones. Com uma mistura de James Bond e os faroestes de Clint Eastwood, o arqueólogo durão logo caiu nas graças do público, com seu humor sarcástico e cenas cheias de ação e aventura.

Com mais de 40 anos de história, Indiana Jones Tornou-se um ícone do gênero de ação, e é bem provável que muitos sequer percebam o quão incomum esse nome é. Mas convenhamos, quantos “Indiana” você vê andando por aí? A verdade é que o nome pouco usual tem uma origem bastante curiosa, que envolve Steven Spielberg e liga Indiana Jones até Chewbacca.

Indiana Jones é Um Verdadeiro Cachorrão

George Lucas, co-criador do arqueólogo junto com Steven Spielberg, buscou inspiração para criação de seu personagem em sua infância, com os filmes e seriados de 1930, onde o herói, sempre durão e ousado, embarcava nas mais inusitadas aventuras em uma missão desafiadora e perigosa. O nome que daria alcunha a esse herói, entretanto, teve origens menos glamorosas. Acontece que na época em que estava trabalhando no roteiro para Caçadores da Arca Perdida, George Lucas tinha um cachorro da raça Malamute do Alasca com o excêntrico nome de… Indiana.

Batizar o herói com esse nome foi sugestão de sua esposa, Marcia Lucas, que vendo as discussões constantes entre Spielberg e George sobre o personagem, acabou por sugerir o inusitado nome ao arqueólogo. Como conseguiram convencer Spielberg que essa seria uma boa ideia, ninguém sabe.

O gigante peludo já havia servido de inspiração para criação de outro personagem icônico envolvendo Harrison Ford, o seu fiel companheiro de viagens Chewbacca. Porque Harrison Ford está envolvido em ambos os casos é difícil saber (lembraria ao diretor seu cachorro peludo?).

Vale lembrar que um aceno a essa origem curiosa pode ser vista em A Última Cruzada, com o pai de Indy, Henry Walton Jones Sr., se negando a chamá-lo assim, optando sempre pelo familiar “Júnior”. Ao ser confrontado pela implicância com o nome, descobrimos finalmente sua razão: “Chamamos o cachorro de Indiana.

O nome real de Indy é, na verdade, Henry Walton Jones Jr., sendo Indiana um apelido criado por ele em homenagem ao seu cachorro. É possível ver o animalzinho em um flashback logo no início do filme, observando o jovem protagonista voltar para casa após o roubo de uma relíquia misteriosa.

Parece que George Lucas e Indiana Jones dividem o amor pelo mesmo cãozinho.

As Loucas Aventuras de “Indiana Smith”?

Acredite ou não, nem mesmo o sobrenome estava a salvo nessa. Embora Jones possa nos parecer a escolha óbvia agora, isso nem sempre foi uma certeza para George Lucas, que tinha também “Smith” em consideração.

A origem para ambos os nomes é a mesma, o que aumentava ainda mais sua incerteza. George Lucas queria que fosse “único e muito americano”, algo que ambos os sobrenomes se encaixavam perfeitamente, sendo “Smith” o primeiro mais comum nos Estados Unidos e “Jones”, o quarto.

Porque George Lucas decidiu por Jones, afinal, é difícil dizer, mas as transcrições das sessões de brainstorming entre George e Spielberg podem ter a resposta. A pergunta é feita pelo roteirista Lawrence Kasdan:

Kasdan: Você tem um nome para esse personagem?

George Lucas: Eu tenho.

Steven Spielberg: Eu odeio, mas vai em frente.

George Lucas: Indiana Smith. Tem que ser único. É um personagem. Muito americano. Quadradão. Ele nasceu em Indiana.

Kasdan: Como vão chamá-lo, Indy?

George Lucas: Isso é o que eu estava pensando. Ou Jones.

Como é possível notar, parece que Spielberg simplesmente odiou Smith. Embora não tenha dito o motivo do descontentamento, a razão pode ter sido a mesmo que levou George Lucas a gostar tanto do nome: Nevada Smith, de 1966.

O filme, protagonizado por Steve McQueen, serviu de inspiração para Lucas querer nomear seu herói de “Indiana Smith”. Pela mesma razão, porém, Spielberg era totalmente contrário, citando as semelhanças com o filme e decidido por uma mudança, concordando, contudo, por um sobrenome tão popular quanto. A última opção que George Lucas deu parece ter sido melhor recebida, e nosso arqueólogo tinha finalmente um nome que o marcaria na história do cinema.