Não é segredo que The Walking Dead adora matar seus personagens, mas você já tinha pensado em um jantar de despedida para todos eles? Pois é exatamente isso que o elenco da franquia de mortos-vivos mais famosa da TV tem o hábito de fazer, com a prática tendo sido iniciada ainda no início do programa, lá em 2010. De lá pra cá, muita coisa mudou, mas o “Jantar da Morte” (como ele é costumeiramente chamado) segue como um ritual obrigatório para seus protagonistas, com o costume levantando opiniões diversas entre os próprios atores.

Embora boa parte dos nossos protagonistas pareça concordar com o jantar, não faltariam nomes para levantar objeções a seu respeito, com o sentimento de perda e o gostinho amargo de despedida supostamente sendo acentuados por essa “reunião dos mortos”. Mas como exatamente isso funciona, afinal?

Como o “Jantar da Morte” funciona?

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Chad Coleman e Sonequa Martin-Green em "The Walking Dead" (2010) - AMC/Reprodução

Após a morte de um personagem, o elenco de The Walking Dead costuma se reunir e chorar as pitangas por sua perda, chamando colegas envolvidos e, é claro, o ator cujo personagem foi dessa para melhor. No início, o “Jantar da Morte” costumava ser realizado em um conhecido restaurante em Atlanta, mas precisou encontrar um novo lugar após o sucesso da série. Atualmente, o jantar parece acontecer em algum estabelecimento de confiança dos artistas, embora às vezes também sejam realizados na casa dos próprios atores.

Não está claro quem exatamente teria estreado os jantares, embora as mortes de Jim, Jacqui e Sophia, ainda na primeira e segunda temporada da franquia, pareçam as mais prováveis nessa disputa. Sonequa Martin-Green, responsável por interpretar Sasha Williams durante cinco temporadas da série, diria carregar boas lembranças dessa despedida, confessando levar com ela as palavras de seus colegas e amigos – mesmo em um momento pouco agradável.

Ideia curiosa viria de outra série de sucesso (e igualmente impiedosa)

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Série dos mafiosos americanos inspiraria jantar - Imagem/Reprodução

Curiosamente, o “Jantar da Morte” seria inspirado em outra saga de sucesso da TV (e que nada tinha a ver com mortos-vivos). A Família Sopranos. Falando ao Vulture na época, Sarah Wayne Callies, a Lori Grimes da franquia, revelaria não apenas ter criado os famosos jantares macabros, como ainda admitiria ter se inspirado ela própria na famosa série dos mafiosos.

“Eu comecei [com os “Jantares da Morte”] na primeira temporada, quando perdemos um monte de gente pela primeira vez. Eu tinha lido em algum lugar que era o que James Gandolfini fazia em Família Sopranos toda vez que um cara esperto era enganado no programa, então comecei a dar jantares da morte para todos.”

Embora não faça parte de um mundo pós-apocalíptico, Família Sopranos ainda carregaria boas similaridades com seu irmão morto-vivo, principalmente no que se refere a falta de piedade com os personagens principais. Juntas, as franquias fariam um verdadeiro rebuliço no RH, matando e desaparecendo sem clemência com seus protagonistas. Algo que os fãs das duas produções já estão cansados de presenciar.

Jantar não era unanimidade entre os atores

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Alexandra Breckenridge, a Jessie Anderson de "The Walking Dead", se mostraria dividida com o jantar - AMC/Reprodução

Como não poderia ser diferente, não eram todos que gostavam de um jantar de despedida. Falando ao The Hollywood Reporter na época, Alexandra Breckenridge, a Jessie Anderson da franquia, revelaria um pouco mais do seu jantar de despedida, e como a situação se mostraria “deprimente” para a atriz – algo que ela diz não querer fazer de novo.

“Foi tão deprimente! Nós fizemos isso na casa de alguém e todo mundo estava lá. Fizemos uma fogueira do lado de fora e era para Tovah Feldshuh (morta no final da sexta temporada) e eu. Todo mundo andou por aí e disse coisas adoráveis sobre nós. É agridoce; eu não gostaria de fazer isso de novo. É triste, você está dizendo adeus a amigos. É muito doce e respeitoso que eles façam isso, mas é super deprimente.”

Outros astros como Merritt Wever e IronE Singleton (responsáveis por interpretar Denise Cloyd e T-Dog, respectivamente) também parecem compartilhar desse sentimento, enfatizando como a sensação de luto e tristeza acabava permeando toda a situação (ainda que uma garrafa ou duas de vinho logo resolvessem o problema). Embora não seja unanimidade, o jantar parece ganhar novos adeptos a cada dia, com a onda crescente de mortes dentro da franquia sempre trazendo um novo nome à mesa. Algo que o misterioso restaurante secreto só pode agradecer.

Se depender dos livros, costume não deve terminar tão cedo

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Franquia segue com onda de assassinatos nos livros - AMC/Reprodução

Ainda que uma parcela dos fãs possa esquecer desse detalhe, The Walking Dead não é apenas uma franquia de TV – e isso interfere diretamente na série. Embora os livros não fossem seguidos integralmente em sua versão para as telas, não seriam poucos os momentos que sairiam das páginas dos quadrinhos e iriam parar no nosso seriado, com diálogos entre os protagonistas, conflitos internos e, é claro, as já costumeiras mortes da franquia também marcando sua presença. Personagens como Shane, Hershel e Abraham, por exemplo, encontrariam seu fim nas HQs muito antes de se despedirem da série, provando que nem mesmo outra mídia os deixaria a salvo das ameaças.

The Walking Dead - Volume 4
The Walking Dead: Os Mais íntimos Desejos
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Levando isso em consideração, e o fato das histórias em quadrinhos seguirem sem nenhuma clemência com nossos sobreviventes, parece claro que não será hoje que veremos essa história mudar, com o famoso “Jantar da Morte” parecendo mais longe do que nunca de encontrar seu fim, seja isso uma boa ou uma má notícia – agridoce, talvez?