Velozes e Furiosos é uma das franquias mais lucrativas de todos os tempos, mas isso não significa que as coisas foram sempre fáceis para os nossos corredores. Com onze filmes lançados, incluindo dois spin-offs, a saga que já acumula mais de 7 bilhões em bilheteria precisou lidar com algumas reviravoltas ao longo de todos esses anos, e Vin Diesel é talvez um dos melhores exemplos disso.
Presente em dez dos onze filmes lançados, o ator é o rosto indiscutível da franquia, mas nem mesmo isso parece ter impedido que ele ficasse um tempinho de fora. Se você já assistiu ao menos uma vez o segundo filme da franquia, deve ter notado que o chefe da família Toretto não estava lá para agitar as pistas, mesmo com Paul Walker e Tyrese Gibson prontos para queimar o asfalto. Curiosamente, o problema não foi financeiro, mas uma decisão de Diesel por discordar da história que estava sendo contada.
A Razão pela qual Vin Diesel ficou de fora de Velozes e Furiosos 2

Segundo Vin Diesel, o ator não interpretou Dominic Toretto em Velozes e Furiosos 2 porque não se sentiu convencido pelo roteiro que foi apresentado. Ao que explicou à revista #Legend, embora uma oferta de US$ 25 milhões tenha sido oferecida ao ator para que ele retornasse ao papel, Diesel estava determinado em permanecer distante de uma continuação. O motivo da desconfiança estaria ligada ao roteiro pouco inventivo do novo projeto, com o ator definindo a história como uma forma de “capitalizar a marca e explorar seu sucesso”.
“Recusei US$ 25 milhões para fazer o segundo [‘Velozes e Furiosos’]. Eu era um idealista e, para mim, o roteiro não era uma continuação da história. Eu estava pensando, se você vai fazer uma sequência, faça como Francis Ford Coppola [diretor de ‘O Poderoso Chefão’], faça como um dos grandes nomes da literatura, mas não era isso que eles estavam fazendo. Eles estavam capitalizando a marca e explorando seu sucesso o máximo que podiam. […] Eu comecei a pensar naquele primeiro ‘Velozes e Furiosos’ como um clássico, como ‘Juventude Transviada’. Se nós o sequenciássemos como os estúdios estavam fazendo na época, apenas juntando uma história, eu arruinaria a chance daquele primeiro se tornar um clássico.”
Após o segundo filme e as bilheterias modestas da produção, a Universal ainda dobraria a aposta e tentaria seguir com a saga desvencilhada do projeto inicial, com o lançamento de Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio sendo sua nova aposta nessa direção. Para o azar do estúdio, o plano se mostrou desastroso, com o terceiro filme da saga sendo até hoje a menor bilheteria de toda a franquia. Diesel, é claro, também parece ter mudado de ideia, deixando seu preconceito contra sequências de lado e participando de uma verdadeira frota de continuações desde então.
Como (e por que) Diesel retornou à franquia após o segundo filme

Embora praticamente esquecida, Diesel voltou à franquia no terceiro filme da saga, em uma participação modesta no final de Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio. Ainda que se limitasse a um pequeno discurso sobre família, a aparição serviu para preparar o terreno para futuras continuações, garantindo que Toretto retornasse de forma definitiva nos próximos filmes. No entanto, não foi exatamente um sentimento de nostalgia que levou Diesel de volta às pistas, mas um amor incondicional por outra de suas sagas: Riddick.
Acontece que o ator era um verdadeiro fã do seu personagem dos anos 2000, responsável pelo primeiro papel de destaque em sua carreira. Como não detinha os direitos sobre o herói, no entanto – pertencentes até aquele ponto à Universal –, o futuro de Riddick parecia incerto, principalmente após o fracasso financeiro desastroso do segundo filme (A Batalha de Riddick). Sabendo do interesse do estúdio por um quarto filme de Velozes e Furiosos e o desejo da empresa por uma participação de Toretto no terceiro filme, Diesel negociou seu retorno como moeda de troca, exigindo do estúdio os direitos de Riddick por sua volta na franquia dos carros [via The Hollywood Reporter].
Com o fiasco de bilheterias e o momento problemático do herói, a Universal não parece ter tido tantos problemas em aceitar a exigência, assumindo sua parte do acordo e dando os direitos à One Race Films, produtora de Diesel fundada em 1995. Como resultado, o astro fez uma ponta em Desafio em Tóquio, retornando de forma definitiva para os filmes seguintes – um negócio que a Universal definitivamente não tem do que reclamar.
Segundo filme não foi o único sem Vin Diesel no elenco

Curiosamente, embora a terceira parte seja basicamente um spin-off, Toretto ainda faz uma pequena participação no final do longa, tornando + Velozes + Furiosos uma das únicas produções sem a presença do ator do início ao fim da franquia – um feito e tanto quando consideramos as mais de duas décadas dessa história. Vin Diesel, é claro, segue como o rosto inconfundível da saga, ainda que ele nem sempre tenha aparecido por aí.
Vale lembrar que o ator também não dá as caras em Hobbs & Shaw, protagonizado pelos brucutus Dwayne Johnson e Jason Statham. O motivo desse sumiço, no entanto, parece justificado, uma vez que o filme é propositalmente um spin-off distante do restante da saga – e considerando a relação conflituosa entre as estrelas de Riddick e Jumanji, a decisão parece ter sido acertada.