Todo mundo tem o seu filme favorito, e com Nicolas Cage não poderia ser diferente. Falando ao The Late Show with Stephen Colbert, o ator elencaria as produções favoritas de sua carreira, e levantaria uma curiosa questão nessa história: das cinco produções selecionadas pelo artista, apenas uma faria parte da “era de ouro” do ator, que escolheria filmes mais recentes em que esteve envolvido.

Isso, é claro, excluiria alguns bons clássicos que o público já conhece, mas também abriria oportunidade para apresentar algumas joias raras pouco lembradas pelos fãs do ator. E embora em meio a mais de uma centena de produções possa ser difícil escolher a melhor delas, Cage não parece ter tanta dificuldade para selecionar os seus queridinhos. Mas será que você conhece eles?

1 Pig: A Vingança (2021)

Nicolas Cage
Nicolas Cage e o porco protagonista em "Pig" (2021) - Imagem/Reprodução

No topo dos queridinhos do artista, Pig (2021) parece carregar um espaço especial no coração do ator – e a razão para isso pode nem estar dentro das telas. Na época em que foi lançado, Cage saia de uma onda de gastos milionários envolvendo antigas produções mal recebidas, e o filme seria seu primeiro projeto longe dessas dívidas. Embora não fosse exatamente um sucesso comercial, o longa ao menos mostraria a capacidade do ator de se reinventar, com uma atuação prestigiada e uma história inventiva que não deixaria a desejar.

Nela, Cage dá vida a um ex-chefe de cozinha que vive sozinho em uma terra árida ao lado de um porco caçador de trufas. Quando vê o animal ser levado, o protagonista decide retornar à cidade e recuperar o antigo companheiro de volta, mas acaba precisando enfrentar o próprio passado com isso. Apesar de excêntrica, a história se provaria uma aposta certeira, rendendo boas críticas, uma dupla de prêmios e um novo olhar para o ator – que mostraria levar com bons olhos o projeto.

O filme está disponível para aluguel na Apple TV+

2 Mandy: Sede de Vingança (2018)

Nicolas Cage
Nicolas Cage como o protagonista Red em "Mandy: Sede de Vingança" (2018) - Imagem/Reprodução

Coberto de sangue e com um olhar arruinado, Cage entrega uma de suas mais comoventes atuações – enquanto caça uma seita de canibais malucos. É com essa premissa que Mandy: Sede de Vingança (2018) leva o ator ao papel de Red, um azarado lenhador que é obrigado a ver sua mulher sendo queimada viva por um grupo de motoqueiros insanos – uma experiência que transformaria qualquer um na pior versão de si mesmo.

Em meio a onda de vinganças e assassinatos a sangue frio, Mandy leva o público a se imaginar dentro desse mar de vingança, enquanto vê a degradação gradativa do herói a cada novo assassinato sangrento. Apesar das semelhanças com Mad Max (1979), Cage consegue alcançar uma tristeza muito mais visceral com seu herói transtornado, e transmite isso de uma forma difícil de não se importar. Em meio a uma filmografia recheada de lunáticos excêntricos e figuras questionáveis, Mandy certamente está entre os melhores trabalhos que o ator já produziu – e talvez por isso esteja tão bem elencado entre os queridinhos do próprio artista.

O filme está disponível para aluguel no Prime Video

3 Vivendo no Limite (1999)

Nicolas Cage
Nicolas Cage (Frank Pierce) e Patricia Arquette (Mary Burke) em "Vivendo no limite" (1999) - Imagem/Reprodução

O único filme do milênio passado, Vivendo no Limite (1999) é outro clássico de Nicolas Cage e Martin Scorsese que merece mais atenção. Vivendo um paramédico colapsado que passa a ser assombrado pelas pessoas que ele não conseguiu salvar, Cage dá mais uma amostra de suas capacidades dramáticas dentro das telas, com um personagem quebrado e em uma crescente de estresse que deixa o público em constante desconforto – mas sem conseguir tirar os olhos da ação.

Curiosamente, o filme seria esquecido até mesmo entre a filmografia do próprio diretor, que não apenas não ganharia nenhuma indicação ao Oscar pela produção, como ainda teria que lidar com críticas mornas e comentários pouco entusiasmados dos fãs. Talvez por isso, Cage coloque a produção em tão alta conta e dê ao longa os méritos que ele tanto merece – mesmo que nem todo mundo concorde com isso. A história é uma adaptação de Trazendo os Mortos, do autor americano Joe Connelly.

O filme está disponível no catálogo do Disney+

4 Vício Frenético (2009)

Nicolas Cage
Nicolas Cage (Terence McDonagh) e Val Kilmer (Stevie Pruit) em "Vício Frenético" (2009) - Imagem/Reprodução

Produção homônima de Abel Ferrera, Vício Frenético (2009) traz ao público um Cage novamente colapsado, mas agora como um policial viciado e corrupto (e que curiosamente ganha uma promoção pelo serviço). Os problemas começam quando sua moral questionável é posta aprova, e um caso envolvendo o assassinato de imigrantes ilegais leva o personagem as últimas consequências em busca do criminoso. Quebrado, o herói de Nicolas é novamente uma figura angustiante, com sentimentos conflitantes e um senso de moral arruinado – mas que tenta encontrar o rumo certo a cada novo contratempo em que se envolve.

Assim como em outras produções, o ator dá ao seu herói o sentimento adequado para transmitir todas essas emoções, enquanto cria um personagem único e difícil de ser odiado – mesmo quando suas ações parecem praticamente indefensáveis. Dirigido pelo diretor alemão Werner Herzog, (responsável por longas como Nosferatu: O vampiro da noite (1979) e Fitzcarraldo (1978)), Vicío Frenético pode não ser o melhor trabalho da dupla, mas certamente está longe de um trabalho ruim.

O filme está disponível no catálogo do Adrenalina Pura

5 Joe (2013)

Nicolas Cage
Nicolas Cage (Joe Ransom) e Tye Sheridan (Gary) em "Joe" (2013) - Imagem/Reprodução

Por último mas não menos importante, Joe (2013) é outro filme de Nicolas Cage com um personagem quebrado, viciado em álcool e com uma antiga ficha criminal. Sem um elenco conhecido do grande público, Cage naturalmente se torna o ponto principal da história, mas consegue não ofuscar o restante do time com sua atuação comovente para a produção. Na trama, acompanhamos o protagonista Joe Ransom, um ex-presidiário que passa a trabalhar em uma madeireira onde conhece Gary (Tye Sheridan), um jovem que é abusado pelo pai e é responsável pelo sustento da própria família.

Em meio a discussões, vícios não resolvidos e um passado sombrio, Joe acaba se tornando uma espécie de figura paterna para Gary, ajudando o jovem como confidente e atuando ele próprio em defesa do adolescente – tudo isso enquanto se torna uma pessoa melhor. Apesar do final controverso, a história recebeu bons elogios da crítica especializada, além de comentários positivos do público à atuação do nosso ator. Como o restante das produções recomendadas por Nicolas Cage, vale a pena dar uma olhadinha.

O filme está disponível para aluguel na Apple TV+