Conhecido por suas aventuras arqueológicas e lutas pra lá de empolgantes, não foram poucas as inspirações que levaram nosso querido Indiana Jones às suas costumeiras batalhas nas telonas, com Steven Spielberg e a mente criadora de Star Wars, George Lucas, buscando nos filmes que gostavam os detalhes que faltavam para compor seu famoso personagem.
E ainda que essas inspirações pareçam terem vindo de todo lugar (incluindo um conhecido Malamute do diretor), um certo espião inglês, sucesso dos anos 60 e 70, parece ter um espaço especial nessa história. Isso porque, muito graças a saga de James Bond e suas aventuras como o agente 007, que os cineastas puderam trabalhar juntos em uma história do próprio arqueólogo, com Spielberg sendo convencido pelo amigo somente quando os paralelos entre Indy e Bond finalmente começaram a surgir.
A influência de James Bond em Indiana Jones
Spielberg, como amante da sétima arte e eterno apaixonado pelas aventuras do cinema, era um verdadeiro aficionado pelo herói britânico, e voraz interessado em produzir algo relacionado ao famoso personagem. E quando a oportunidade de fazer um longa do agente inglês não aconteceu, Spielberg aproveitou de sua nova criação para fazer os paralelos que tanto gostaria em seu novo protagonista, empregando parte da personalidade do agente inglês em seu próprio herói norte-americano.
Graças a isso, parte do trejeito durão e provocativo de Indy foi moldado, e algumas das cenas mais icônicas da franquia do famoso arqueólogo ganharam vida. Algumas das quais são lembradas até hoje sem que ninguém note as semelhanças. Até agora.
A clássica abertura de Templo da Perdição é uma referência direta a James Bond
Indiana Jones e o Templo da Perdição (1984) é provavelmente o longa que deixou mais escancarada essa ligação. Nele, além de vermos nosso arqueólogo americano com o famoso terno branco de Sean Connery em 007: Contra Goldfinger (1965), ainda temos a oportunidade de conferir uma abertura ao estilo do espião britânico, com um vai e vem de negociações e traições dignas de um verdadeiro agente secreto.
Como se isso não bastasse, as famosas cenas de ação e perseguições a céu aberto também marcaram presença, com nosso herói não encontrando paz nem mesmo em pleno voo. Infelizmente, as semelhanças param por aí, e Indy logo se despede dos ternos caros para dar lugar ao clássico chapéu fedora e uma aventura típica do arqueólogo.
O próprio espião inglês também fez parte de Indiana Jones
Mas já que falamos em Sean Connery, nosso eterno agente britânico também teve sua dose de participação na franquia do arqueólogo americano, atuando no filme Indiana Jones e a Última Cruzada (1989). Nele, Connery dá vida ao próprio pai do protagonista, o Dr. Henry Jones, e deixa ainda mais claro essa ligação paternal entre os personagens.
Como Steven Spielberg explicou durante as homenagens a Sean Connery no Life Achievement Award, de 2006, a decisão pelo ator parecia a decisão óbvia a tomar, com o artista sendo tudo o que seu protagonista precisava naquele momento: “quando tivemos que lançar o pai de Indiana Jones, pensei: quem poderia ser mais aventureiro, ousado, perigoso, charmoso, astuto e maravilhoso do que Indiana Jones? Bem, James Bond, é claro”.
A decisão, é claro, se mostrou acertada, e deu a Spielberg a oportunidade de homenagear sua eterna inspiração de forma devida, com a ligação entre seus personagens ficando gravada para sempre na história da franquia.
Outro futuro espião também marcaria presença
Curiosamente, essa não seria a única vez que um espião inglês marcaria presença em uma produção do arqueólogo. Na série de TV de O Jovem Indiana Jones (ou The Young Indiana Jones Chronicles, no original), Daniel Craig, ainda longe do seu papel que o tornaria conhecido mundialmente como o agente britânico, fez participações em dois episódios da saga, e deixou seu nome marcado na história de um Indy ainda jovem, mas igualmente aventureiro.
Infelizmente, a série acabou não dando muito certo, sendo cancelada com apenas duas temporadas e 28 episódios. No entanto, tanto bastou para que essa curiosa ligação entre as franquias acontecesse, e aumentasse ainda mais o ramo de coincidências e inspirações envolvendo dois dos maiores heróis da sétima arte.